Letramento digital
Secretário de Telecomunicações destacou a importância da atuação público e privada para construção de políticas públicas e superação dos desafios de acesso e letramento
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Brasil busca uma norma nacional para tecnologias na sala de aula
A Meta AI, a inteligência artificial da Meta – empresa que é dona do WhatsApp, do Facebook e do Instagram – foi lançada no Brasil em outubro deste ano e, desde então, vem gerando curiosidade e dúvidas.
É que a principal dúvida dos usuários é se a IA consegue ler as conversas no WhatsApp e usar os dados para outra funcionalidades.
Fator de vencimento mudará a partir de 22/02/2025 e poderá ser um grande transtorno, a Seta Sistemas está preparada para tal situação.
Uma startup brasileira quer combater fraudes em provas online usando inteligência artificial (IA). Foi desenvolvido uma ferramenta de análise de dados combinada, ou seja, com recursos de IA e humanos. Segundo a empresa, 500 mil exames já foram acompanhados, com 5 milhões de alertas de possíveis fraudes geradas.
O sistema faz verificação biométrica, analisando a troca de uma ou mais faces e desvio e giro de cabeça para ter certeza de quem é que está fazendo a prova. A tecnologia também bloqueia automaticamente funções do sistema operacional de computadores, como alternar usuários, menu Iniciar, barra de ferramentas, comando Ctrl, Alt e Del, entre outros.
Após a finalização do exame, são gerados dados e relatórios, com interface gráfica para visualização dos alertas emitidos durante a aplicação de cada prova. Também é possível ter o acesso a áudio e vídeo captados durante a avaliação.
A seu favor, a solução possui recursos de integração com sistemas de geração de exames, como Moodle e Canvas, através de plugins e APIs simples de serem implantadas. Além disso, a tecnologia já está sendo testada por empresas como a Konviva (Senior) e Calriz, parceiras da startup no setor de educação corporativa.
A tecnologia deve ajudar um setor que cresce a passos largos. Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) em 2023 mostram que o número de cursos ofertados por educação a distância (EAD) cresceu 700% em dez anos. De 1148, em 2012, o volume cresceu para 9186 em 2022.
O número de alunos em cursos EAD também é relevante. São 171 alunos para cada professor no ensino a distância, enquanto a modalidade presencial conta com 22 estudantes por docente.
A solução está ainda alinhada com pesquisas sobre o uso da IA no âmbito educacional. O Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior, apontou que três em cada quatro professores concordam com a implementação da tecnologia no ensino. O estudo, realizado com 444 docentes das redes pública e privada, revelou que 74,8% dos entrevistados concordam parcial ou totalmente com o uso da tecnologia e inteligência artificial no ensino.
Fonte: Embratel
Medida excepcional foi adotada devido às enchentes
Os professores da rede pública estadual de São Paulo articularam uma mobilização contra as plataformas digitais nas escolas. No ano passado, o governo estadual implementou um sistema de ensino baseado em aplicativos, com conteúdo e atividades pré-estabelecidas.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que o método tira autonomia dos professores e convocou os profissionais a não usarem as plataformas ao longo da próxima semana. O sistema, no entanto, registra se o material foi usado ou não em sala de aula. Os acessos à plataforma se tornaram um dos fatores medidos para avaliar escolas e profissionais.
“Você não pode padronizar uma rede do tamanho do estado de São Paulo, com a diversidade e com a especificidade que cada escola, cada região tem. O aplicativo faz isso. E o professor, se ele não estiver seguindo o aplicativo, o próprio sistema já comunica à direção da escola e o diretor é obrigado a ir até a sala de aula, chamar a atenção do professor”, critica o presidente da Apeoesp, Fábio Moraes.
O método, segundo ele, provocou praticamente o abandono dos livros didáticos e impede que o professor busque formas diferentes de abordar os conteúdos em sala de aula. “Nós queremos tecnologia, escolas estruturadas, profissionais valorizados e nós queremos resguardar a nossa liberdade de cátedra. Se eu achar que a plataforma é melhor, eu uso a plataforma. Se eu achar que aquele assunto, o livro, aborda melhor, eu uso o livro. Se eu quiser, eu elaboro o meu material com os meus alunos. Quantas vezes não fizemos isso? Então hoje, esse direito do professor está sendo ceifado”, acrescenta o sindicalista.
Em 2023, o governo de São Paulo chegou a anunciar que iria deixar de participar do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) do Ministério da Educação (MEC), que fornece gratuitamente livros para serem usados pelas redes de ensino. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou à época que não usaria livros físicos em sala de aula e que os alunos teriam apenas material digital.
Após a repercussão negativa e uma decisão judicial contrária à saída da rede estadual do PNLD, o governo informou que continuaria a receber os livros do programa nacional. Na ocasião, também foram identificados erros grosseiros de informação no material elaborado pela secretaria estadual.
Em um dos trechos, era dito que, em 1888, Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, quando, na verdade, a lei que encerrou a escravidão institucionalizada no Brasil foi assinada pela filha do monarca, a Princesa Isabel. Em outro trecho se afirmava, também de forma equivocada, que o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é transmissível pela água.
Moraes diz que a falta de qualidade continua sendo uma crítica ao material didático que tem sido oferecido pela secretaria de educação. “Nós temos material melhor. Nós podemos criar material melhor. Nós temos livros didáticos melhores que a rede”, diz.
Neste ano, o governo de São Paulo anunciou que vai usar ferramentas de inteligência artificial para elaboração do material didático para a rede estadual. “As aulas que já foram produzidas por um professor curriculista, e já estão em uso na rede, são aprimoradas pela IA [inteligência artificial] com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”, afirmou a secretaria de educação em abril.
Em nota enviada, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo diz que “as plataformas digitais são recursos tecnológicos agregadores na produção pedagógica desenvolvida em sala de aula, fazendo parte do conteúdo ministrado pelos docentes, e continuam sendo utilizadas normalmente”.
Ainda segundo a pasta, “todos os recursos oferecidos pela a Secretaria da Educação têm o objetivo de aprimorar as habilidades dos estudantes e promover o avanço dos índices educacionais de São Paulo”.
*Matéria ampliada às 17h06 do dia 13 de maio para inclusão de posicionamento da Secretaria de Educação.
Fonte: EBC
Inteligência artificial pode ser ferramenta de ensino, mostra estudo
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A utilização da inteligência artificial na elaboração de materiais didáticos, como pretende fazer o governo do estado de São Paulo, demanda cuidados e não pode deslocar os professores do papel central na educação. A avaliação é de Ana Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), organização da sociedade civil que promove a equidade e qualidade na educação pública brasileira.
“A inteligência artificial pode ajudar a planejar, a fazer a gestão da aprendizagem. Isso eu acredito que potencialmente pode acontecer. Mas é alguma coisa muito nova que precisa ser investigada, ser pesquisada. E o que nós não podemos esquecer, de jeito nenhum, é o papel central do professor”, destaca a pesquisadora.
A Secretaria de Educação do estado anunciou nesta semana que planeja implementar um projeto-piloto para incluir a inteligência artificial como uma das etapas do processo de “atualização e aprimoramento de aulas” digitais do terceiro bimestre dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio.
“Acho que muitas vezes comete-se um equívoco, imaginando que o professor é um simples aplicador de material didático. Nesse sentido, a decisão da Secretaria Estadual de Educação causa preocupação pelo histórico. Nós temos visto várias decisões, projetos, propostas da Secretaria de Educação de São Paulo que não consideram o papel fundamental do professor”, ressalta Altenfelder.
Ela cita a decisão da secretaria, tomada no ano passado e criticada pelos professores, de substituir os livros didáticos físicos do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), oferecido pelo Ministério da Educação, por materiais digitais, como a exibição de slides aos alunos. Após o protesto dos docentes e a repercussão negativa da medida, a secretaria recuou e manteve os livros físicos nas salas de aula.
“Eram materiais que foram feitos sem nenhuma qualidade, em detrimento dos livros didáticos que estão aí há muitos anos, que é um programa nacional, que tem um trabalho contínuo, elaborado e analisado por especialistas, professores, e que são de qualidade”, disse a pesquisadora.
Altenfelder chamou a atenção ainda para os cuidados que devem ser tomados no processo de implantação da inteligência artificial no ensino. Segundo ela, o correto seria passar a utilizar a tecnologia, como o ChatGPT, gradativamente.
“Quando houve esse movimento dos slides, foi na rede inteira de ensino e foi de uma vez só, sem um período de teste, sem um período de experimentação. Nós sabemos que toda estratégia, toda política pública precisa de um tempo para ser aplicada, observada, e os rumos serem corrigidos”.
Em nota, a secretaria de Educação disse que os professores não serão substituídos pela inteligência artificial e que a pasta planeja implementar um projeto-piloto para inclusão da tecnologia.
“As aulas que já foram produzidas por um professor curriculista e já estão em uso na rede são aprimoradas pela IA [inteligência artificial] com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”.
Segundo a secretaria, o conteúdo produzido será avaliado e editado por professores curriculistas em duas etapas diferentes, além de passar por revisão de direitos autorais e “intervenções de design”.
Se essa aula estiver de acordo com os padrões pedagógicos, será disponibilizada como versão atualizada das aulas feitas em 2023”.
Professores estaduais criticaram o projeto de uso do ChatGPT na produção de conteúdo digital. A segunda presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e deputada estadual, Professora Bebel (PT), argumenta “que as tecnologias e informação e comunicação (TICs) são ferramentas auxiliares no processo educativo e jamais podem substituir o trabalho do professor”.
Em nota, a parlamentar informou ter protocolado uma representação no Ministério Público Estadual contra a iniciativa.
Fonte: EBC